Casa Nova contribui para a expansão do novo 'terroir' baiano


Novo 'terroir' baiano: produção de vinhos está em expansão na Chapada





Enquanto isso, o Vale do São Francisco, maior polo produtor de uva do estado, continua a atrair investimentos.





No Vale do São Francisco, no Norte da Bahia, o ritmo de trabalho está ainda mais intenso nesta época do ano. Os produtores se preparam para mais uma vindima, época mais movimentada de colheita da uva. Segundo a Valexport, Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, a procura pelos vinhos e espumantes aumenta em torno de 15% durante as festas de fim de ano.





A região é a maior produtora de uvas de mesa da Bahia e já tem cultivos consolidados. Mas o estado está ganhando uma nova fronteira vinícola: a Chapada Diamantina. 









Ciência explica





Não faz muito tempo o cultivo produtivo de uvas era considerado viável apenas em regiões muito frias do hemisfério sul, como Chile, África do Sul e Austrália, ou em países de clima temperado do hemisfério norte, como França, Itália, Espanha e Portugal, tradicionais produtores.





Mas as uvas vêm se adaptando com sucesso nestas duas regiões da Bahia que possuem condições climáticas bem diferentes: O Vale do Submédio São Francisco e a Chapada Diamantina.
No Vale do São Francisco, a produção de uvas e vinhos foi instalada nos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá, em pleno sertão. Nesta área da Bahia, os vinhos são produzidos a 350 metros de altitude, em temperaturas mais quentes, em clima tropical semiárido.





Já na Chapada Diamantina, a produção vem se consolidando nos municípios de Mucugê e Morro do Chapéu, áreas do chamado clima tropical de altitude. Nestes municípios, a altitude é igual ou superior a 1.000 metros acima do nível do mar, e a temperatura é amena, mais fria.





Ou seja, os produtores da região Norte produzem em baixas altitudes e temperaturas mais elevadas, enquanto na Chapada a produção acontece em condição inversa, ou seja, em elevadas altitudes e temperaturas mais baixas.





Para os especialistas, estas características geográficas, combinadas com as condições climáticas e de solo, além do manejo e de podas realizadas no momento adequado, são essenciais para o desenvolvimento da vitivinicultura nestas regiões.





Miolo investe R$ 30 milhões em unidades no Norte do estado 





O Vale do São Francisco é o maior produtor de uvas e vinhos da Bahia. Embora a posição esteja consolidada, ela continua sendo fortalecida com a atração de novos investimentos. 





Em Casa Nova, a Vinícola Terra Nova, instalada na Fazenda Ouro Verde, já produz 4 milhões de litros por ano. A unidade gera 180 postos de trabalho e representa 30% da receita do Grupo Miolo do Brasil, que tem sede no Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul.





Como já foi publicado, aqui no CORREIO, pelo jornalista Flávio Oliveira, na coluna Negócios, o grupo Miolo anunciou que vai ampliar a unidade de produção de vinhos no Vale do São Francisco, além de implantar uma nova linha para fabricação de sucos no município de Barra. A meta é passar a produzir mais de 8 milhões de litros por ano e contratar cem novos trabalhadores. O investimento será de R$ 30 milhões.





O catálogo da marca inclui destilados, sucos de uvas, vinhos, do Merlot ao Syrah, além de espumantes Moscatel, Brut, Brut Rosé e Demi-sec.





Dados do Ibravin, Instituto Brasileiro do Vinho, revelam que as vendas do setor no Brasil cresceram 5,6% no ano passado, apesar do consumo médio por pessoa ainda ser baixo entre os brasileiros, cerca de 1,8 litros por ano. Em países europeus, como Portugal, a média de consumo por pessoa chega 54 litros por ano.





Uva de mesa





Segundo a Valexport, Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, Além das uvas viníferas, voltadas apenas para a produção de vinhos, a região é a maior produtora de uvas de mesa da Bahia.





As mais procuradas são as variedades sem sementes, como a Vitória, Black Sable e Chrinson. Cerca de 15% são exportadas, e o principal foco de mercado é a venda in natura. A produção é enviada para alguns estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste, e para países como Holanda, Inglaterra, Alemanha e Argentina.





O cultivo de uvas e derivados nos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá, já conta com 200 produtores e 12 mil hectares plantados, o equivalente a 12 mil campos de futebol. Eles produzem cerca de 250 mil toneladas de uvas, e geram 48 mil empregos diretos.





De acordo com a Valexport, por causa da grande concentração de colheita, os preços das uvas estão em queda, apesar da chuva que atingiu a região nas últimas semanas e prejudicou as plantações. Os produtores ainda estão contabilizando os prejuízos.





Enoturismo agrega renda à produção do Vale do São Francisco





Embarcação que faz roteiro entre a vinícolas do Norte da Bahia é uma das atrações turísticas do Vale do São Francisco (foto: Divulgação) 




Além do trabalho no campo, a circulação de visitantes nas vinícolas da região aumenta, e muito, neste período de férias e festas. O acesso às fazendas custa cerca de R$ 15. O visitante pode conhecer os vinhedos, as unidades de produção e a adega, além de degustar várias taças de vinho branco, tinto ou espumantes. Nas lojinhas, instaladas nas fazendas, é possível encontrar opções de garrafas com preços médios de R$ 20.





O enoturismo tem se consolidado desde que as primeiras vinícolas se instalaram na região. A visita pode ser individual ou coletiva, e em geral os grupos variam de 10 a 120 turistas.





Com informações do Correio


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