Especialistas em informática, chamados a testar a segurança das urnas eletrônicas usadas em eleições no Brasil, conseguiram encontrar uma pequena brecha no sistema, mas insuficiente para colocá-lo em risco.
O objetivo era testar o sistema de segurança da urna eletrônica. Vinte e quatro especialistas, divididos em nove equipes, toparam o desafio.
Professores de cinco universidades, peritos da Marinha, da Polícia Federal, experts em tecnologia da informação passaram três dias tentando encontrar fragilidades no programa que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai usar nas eleições deste ano. Para ajudar os especialistas, o TSE deu às equipes o código-fonte.
“Não é um processo tão fácil como se imaginava. Na verdade tem muitos mecanismos que eles colocaram para proteger a urna de ataques desse tipo”, fala o engenheiro de sistemas de informação, Ricardo Prallon.
A equipe da Universidade de Brasília foi a única que descobriu uma fragilidade. A urna eletrônica guarda os votos de uma eleição em uma sequência aleatória, mas o grupo desvendou a ordem.
“Conseguimos recuperar os votos em ordem, mas não a ordem dos eleitores. Temos uma informação parcial dessa correspondência entre eleição e voto”, diz o coordenador do grupo, professor da UnB, Diego Aranha.
A descoberta da equipe da UnB vai ser usada para melhorar a segurança do sistema já nas eleições deste ano. Mas o TSE considera que não houve violação da urna. Os hackers convidados não conseguiram alterar o resultado da eleição nem quebrar o sigilo dos votos, porque não identificaram eleitores. Para os técnicos do Tribunal, não há com o que se preocupar.
“Preocupação não. O que a gente tem é sempre a possibilidade de aprimorar o sistema. Então, a gente está sempre num processo de evolução do software”, explica o coordenado da comissão dos testes, Célio Wermelinger.
fonte: globo.com
Postar um comentário